sexta-feira, 12 de junho de 2015

A PORTA DA COZINHA

Inesquecível senhora, por sua postura, determinação, inteligência, memória, sabedoria, fé, minha avó materna sempre marcou presença no meu coração.
Ela , carinhosamente catava meus “piôio” num colo macio.  Quando estava com sono , às vezes, ela, cansada, descansava os” oio”, num leve cochilar.
Mãos pequenas, unhas arredondadas, mãos de bênção, sabiam o ponto do doce de leite, do sabão de cinza, carne de porco frita (fazia como ninguém, assim como mingau de fubá para os camaradas que trabalhavam na máquina de limpar arroz do vovô). Ela era a patroa que colocava a mão na massa para fazer as quitandas para o Zé Benedito, seu amor.  
Em grande variedade e quantidade, todos nós, os netos, ajudávamos a degustar. 
Na verdade íamos tomar a benção , diariamente...
E, para passar o dia crochetava, enquanto proseava com as visitas, cunhadas, parentes... ou nos contava suas estórias. 
Afirmava que a porta da cozinha é o perfil da dona da casa. 
Nunca me esqueci deste ditado, VÓ HONESTÁLIA!